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International Emergency Medicine Education Project

Por: C. James Holliman.
Tradução livre: Rafael Maia de Almeida
Revisão: Rebeca Bárbara da Silva Rios

A Medicina de Emergência (ME) é uma ótima escolha de especialidade para estudantes de medicina e internos. Em Agosto de 2013, celebro meu 30º ano de práticas clínicas integrais em ME, e continuo muito feliz e satisfeito com a carreira que escolhi. Atuo como consultor de carreira para estudantes de medicina e internos por mais de 30 anos e estou muito interessado em incentivar as pessoas a empreender na ME como carreira.
Por que ME é uma ótima carreira? Resumindo: o principal motivo é que é desafiador e muito gratificante pessoalmente. Você pode ver direta e rapidamente os benefícios e resultados positivos do seu diagnóstico e tratamento de pacientes que tenham condições médicas emergentes. Você tem a satisfação de saber que você fez uma diferença positiva na vida e bem-estar dos pacientes. ME engloba uma ampla variedade de pacientes e problemas clínicos e cirúrgicos e ainda lida com paciente de ambos os gêneros e de todas as idades. A variedade de casos vistos pela ME é provavelmente maior do que qualquer outra especialidade, e este aspecto é parte do que faz a especialidade ser tão interessante e estimulante. A prática da ME engloba uma boa mistura de medicina diagnóstica e de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. O emergencista vê pacientes com sintomas indiferenciados e assim deve fazer o diagnóstico inicial de muitas condições. Ela interage com todas as outras especialidades médicas, e na maioria dos hospitais é responsável pela maioria das admissões.

Assuntos únicos rotineiramente ensinados em ME incluem: custo-benefício na solicitação de testes auxiliares, eficiência no fluxo de pacientes, atendimento simultâneo de múltiplos pacientes, coordenação do pré-hospitalar e o atendimento no Departamento de Emergência (DE), focando na abordagem nos problemas médicos, velocidade e eficiência das avaliações dos pacientes, uso eficiente do pessoal auxiliar, registro eficiente, transmissão de dados clínicos e prevenção de lesões e violência. É também uma especialidade jovem e vibrante, com muitos praticantes entusiasmados, a maioria dos quais têm interesses e talentos fora da prática médica, e que servem como modelos e mentores.

ME também engloba a supervisão e interações com atendimento pré-hospitalar; recebe pacientes levados ao DE do hospital pela ambulância; é responsável pela formação do pessoal no pré-hospitalar, e em alguns países, os profissionais de ME podem trabalhar diretamente nas ambulâncias, tanto no atendimento terrestre quanto aeromédico; também é a principal especialidade envolvida na planejamento e gestão de desastres e situações de acidentes com múltiplas vítimas, que também exigem estreita integração com atendimento pré-hospitalar.

ME tem programas de treinamento em residência bem desenvolvidos para graduados em vários países. A duração desses programas de treinamentos varia de país para país, mas geralmente é de três a cinco anos.
Cada uma das residências em ME tem alguns rodízios clínicos em outros serviços ou especialidades (como anestesia, cirurgia, terapia intensiva, pediatria, obstetrícia, medicina interna, cardiologia, trauma, etc.), e essa exposição direta a outras tantas especialidades tornam as residências em ME mais interessantes. Claro, a maior parte do tempo na maioria das residências em ME é gasto no Departamento de Emergência do hospital, mas a maior parte das residências em ME também oferecem oportunidades para participar de atendimento pré-hospitalar e pesquisas. Uma validação da força da ME como carreira é que nos EUA, a cada ano, é a primeira ou segunda escolha mais popular para a residência médica entre estudantes de medicina, e a taxa de “preenchimento” no programa de residência geral do National Residency Matching Program é superior a 99%. Para mais informações sobre residências de ME na perspectiva do residente emergencista , verifique o site: https://www.emra.org/. (Para informações no Brasil acesse www.abramede.com.br)

ME também desenvolveu várias sub-especialidades que melhoram as opções dentro da carreira. Cada sub-especialidade oferece bolsas em programas de treinamento pós-residência de um a três anos de duração. Nos EUA, as seguintes sub-especialidades em ME são oficialmente reconhecidas e tem seu próprio exame de sub-especialidade e certificação: ME Pediátrica, Toxicologia, Medicina Intensiva, Medicina Esportiva, Medicina Hiperbárica, Serviços Médicos de Emergência e Cuidados Paliativos. Outras sub-especialidades em ME incluem programas de bolsa como: ME internacional (ou saúde global), ultrassonografia, Pesquisa, Educação, Treinamento em Simulação, Aeromédica, Desastre,Trauma, Administração e Tecnologia da Informação. [Confira no website http://www.isaem.org/ a lista mais atualizada de programas de bolsa em ME]

Um dos maiores vantagens da ME como carreira é a grande variedade de opções de escolha de carreira pós-residência. Isso inclui a prática em uma grande variedade de tipos de hospitais: universitário, ensino, comunitário, governamental, militar, etc. Os médicos de ME também trabalham em DEs “autônomos” (não diretamente conectados ao hospital) ou em unidades de pronto atendimento. Se uma pessoa não quiser trabalhar em apenas um hospital, existe a opção de realizar a prática “locum tenens” em que se trabalha em turnos clínicos em várias instalações diferentes. Para aqueles das forças armadas ou interessados em uma carreira militar, a ME tem se mostrado uma das especialidades mais procuradas nas forças armadas. Médicos emergencistas podem assumir posições de chefia em administração hospitalar, atendimento pré-hospitalar, no desenvolvimento governamental e direcionando a política de saúde. Vantagens únicas da medicina de emergência como carreira incluem as quase ilimitadas oportunidades no desenvolvimento internacional dela, controle e previsibilidade de um horário de trabalho, geralmente tem de estar “de plantão” quando não está diretamente no serviço e ter flexibilidade na variedade de escolhas de lugar para trabalhar. Há também um número relativamente pequeno de médicos emergencistas na prática acadêmica, muitas vezes é fácil para os interessados ​​em uma carreira acadêmica avançar rapidamente nessa escalada.

Outro aspecto positivo para a ME é que na maioria dos países é projetada para ser uma especialidade não-abastecida por muitos anos, e por isso, continuarão a existir muitas oportunidades de emprego na área. A ME também tem se mostrado um componente crítico de qualquer sistema nacional de saúde, e há extenso suporte de literatura que comprova a sua eficácia.

Outro bom aspecto da carreira de Médico Emergencista é a oportunidade após a residência ou bolsas para participar de uma ou mais das especialidades em ME de organizações estaduais, nacionais, regionais ou internacionais. A maioria dos países têm uma organização de ME nacional que realiza algumas atividades, incluindo conferências educativas anuais. A Federação Internacional para ME (IFEM) tem um grande número de comitês, forças-tarefa e grupos de interesse especial que realizam uma ampla variedade de projetos dos quais necessitam de mais indivíduos para participar e contribuições (consulte https://www.ifem.cc/ para mais informações sobre o IFEM). Envolvendo-se com uma ou mais das organizações e associações de Medicina de Emergência é possível ter um combo de satisfação profissional e ainda ajudar a melhorar e desenvolver a especialidade, bem como obter treinamento e experiência em liderança.

Então, em resumo, a ME é uma ótima opção de carreira, com uma gama de opções de trabalho pós-residência, um mercado de trabalho muito seguro para o futuro e a satisfação pessoal de ajudar direta e rapidamente os pacientes. Além disso, esse trabalho é um componente crítico do sistema nacional de saúde.

Referências e Leitura Adicional, clique aqui.