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  • Pilhas Botão: pequenas e em forma de disco, são pilhas que são projetadas para uso em pequenos aparelhos eletrônicos. Fontes comuns são brinquedos de criança, relógios, calculadoras e próteses de aparelho auditivo. A maioria das pilhas usam lítio como fonte energética.
  • Perigo da Ingestão das Pilhas Botão
    • Contato com superfície mucosa (orofaringe, esôfago, cavidade nasal) resulta em transmissão de corrente
    • Transmissão de corrente causa queimaduras químicas e necrose via injúria alcalina (hidróxido de sódio)
    • Lesão tecidual pode progredir rapidamente e resultar em injúrias devastadoras
    • Cavidade nasal e esôfago são os mais suscetíveis à lesão (lugares estreitos para a pilha ficar alojada)
    • Padrões de lesão
      • Perfuração de vísceras
      • Formação de fistulas
      • Erosão dentro de vasos sanguíneos e consequente sangramento e possível sangramento catastrófico com erosão para dentro da aorta
    • Quando Suspeitar a Ingestão
      • Relato de ingestão pediátrica de substância desconhecida
        • Pais podem relatar terem visto objeto “brilhante” sendo colocado na boca
        • Ou relatar pilha faltando em um aparelho eletrônico com a tampa aberta
      • Sintomas típicos da ingesta de corpo estranho
        • Tosse
        • Engasgos
        • Salivação
        • Disfagia
        • Aumento de esforço para respirar ou estridor
  • Sintomas consistentes com lesão tecidual
    • Vômito
    • Desconforto torácico
    • Febre
    • Hematêmese
  • Imagem
    • Pilhas são radiopacas e vão aparecer em raio-x

Pilha Botão em Raio-x (scielo.br)

  • Incidências: no mínimo 2 (PA e perfil)
  • Localização nasal: obter raio-x de crânio
  • Pilha ingerida: raio-x de tórax
  • Pilha versus Moeda
    • Pilha, frequentemente, pode ser confundida no raio-x com a ingesta de moeda que é mais benigna
    • Em visão ortogonal: pode ser possível a visualização de um anel radiolucentes dentro da borda do objeto (“aro em halo”)
    • Em visão das bordas: pode ser visto protuberância central com pilha

  • Manejo em Sala de Emergência
    • Tratamento de suporte
      • Ressuscitar agressivamente pacientes com hematêmese e/ou sinais de choque
      • Procure por sinais/sintomas de obstrução de via aérea e controle de via aérea se necessário
      • Manter o paciente em NPO (“nada por via oral”)
    • Obtenha um raio-x para localização da pilha botão
    • Pilhas localizadas em cavidade nasal e esofágica devem ser retiradas dentro de 2 horas da apresentação para evitar necrose significante. Não espere os sintomas se desenvolverem!
    • Pilha na cavidade nasal
      • Se possível a visualização, pode ser tentada a retirada com fórceps, sucção, adesivos teciduais em swab com algodão ou qualquer outra abordagem padrão
      • Se não for possível a visualização da pilha, obtenha avaliação da otorrinolaringologia para visualização direta e remoção com fibra óptica
    • Pilha em trato Gastrointestinal
      • Raio-x evidencia em esôfago
        • Consulta de emergência (instituição-dependente: Gastrointestinal, Cirurgia pediátrica) para direta visualização e remoção.
        • Remoção sem visualização direta (como em remoção com cateter de foley) sub-ótima
          • Não permite visualização de lesão de mucosa
          • Pode resultar em translocação da bateria do esôfago para a traqueia
        • Se o paciente exibir qualquer evidência de dano de mucosa, interne o paciente para observação.
      • Raio-x evidencia pilha distal ao esôfago (isto é: estômago, intestino delgado)
        • Sintomático ou co-ingestão de ímã
          • Consulta de emergência (instituição-dependente: Gastrointestinal, Cirurgia pediátrica) para direta visualização e remoção.
          • Pilhas e ímãs podem causar problemas mesmo depois de passarem pelo estômago via atração de partes distintas do intestino, levando a obstrução ou necrose de mucosa
        • Assintomáticos
          • Se a pilha for maior de 15mm em uma criança menor de 6 anos de idade
            • Menor risco de passagem espontânea
            • Repetir raio-x em 4 dias. Se a bateria ainda estiver no estômago, remova com endoscopia
          • Manejo expectante
            • Liberar para casa
            • Dieta normal
            • Confirmar passagem com inspeção de fezes ou repetir raio-x em 10-14 dias (se não ocorrer a passagem, considerar remoção)
          • Manejo contínuo
            • Desenvolvimento de qualquer sintoma em um paciente com pilha além do esôfago deve ser removida prontamente
            • Perfuração tardia é possível até 28 dias após ingestão
            • Alguns gastroenterologistas recomendam rotina de repetir a endoscopia

Algoritmo

  • Para gravar
    • Ingesta das “pilhas botão” é extremamente perigoso. Necrose, perfuração e erosão dentro de vasos podem ocorrer a partir de 2 horas da ingesta
    • Todas as pilhas botão que estiverem no esôfago devem ser removidos dentro de 2 horas da apresentação a fim de minimizar dano de mucosa
    • Considerar a ingesta de pilha botão em crianças apresentando com disfagia, recusa alimentar e hematêmese.
    • Co-ingesta de uma pilha botão com ímã requer remoção de emergência, independentemente de onde estiver no sistema gastrointestinal.

Texto Original: R.E.B.E.L. EM

Tradução: Mateus Araújo

Autor: Anand Swaminathan

Revisado por: Arthur Martins

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